INSIGHTS PEDAGÓGICOS: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA ESCOLA - Banda rítmica ...: É preciso que as brincadeiras musicais na escola se constituam em experiências vivas, agradáveis e enriquecedoras. Tanto o som quanto o ritmo
10 de janeiro de 2011
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É preciso que as brincadeiras musicais na escola se constituam em experiências vivas, agradáveis e enriquecedoras. Tanto o som quanto o ritmo podem despertar e refinar a sensibilidade da criança, provocar nelas reações de cordialidade e entusiasmo, prender a sua atenção e estimular a sua vontade, auxiliando a consolidar a ação educativa.
Como instância do processo de socialização, a escola visa incentivar o desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivos, linguísticos, psicomotores e sócio-afetivos, ao mesmo tempo em que garante a aquisição de novos conhecimentos.
Por seu poder criador e liberador, a música torna-se um poderoso recurso educativo a ser utilizado nas Escolas. É preciso que a criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de sua vida, para que a música venha a se constituir numa faculdade permanente de seu ser. A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. Este fato ainda amplia de dimensão se considerarmos a sua utilização psicoterapêutica.
RITMO
O ritmo está na raiz dos seres vivos e dos humanos em particular. Está presente na atividade respiratória, circulatória, glandular; no ciclo do dia e da noite, semanas e meses, anos, estações; no movimento dos astros e da terra, entre outros. Enfim, em tudo o que nos rodeia há ritmo, desde os movimentos das folhas que caem até os edifícios que surgem.
As experiências rítmicas auxiliam o desenvolvimento físico e psíquico da criança: liberam os seus impulsos, facilitando a auto-expressão e a criatividade. Através dessas atividades, os impulsos naturais, sociais e psíquicos da criança se exteriorizam em forma de trabalho ordenado. O trabalho rítmico penetra no consciente e no subconsciente da criança, favorecendo o equilíbrio interior.
Entre as canções preferidas pelas crianças, destacam-se aquelas que têm ritmo simples e insistente, convidando-as a movimentos corporais; é por meio do corpo e dos movimentos que se desenvolve o senso rítmico da criança. Cantar uma canção palmeando, dizer uma quadrinha popular de forma ritmada, jogar bola, desenhar, pintar, modelar, construir, acompanhando o ritmo de canções ou de instrumentos de percussão, são atividades que desenvolvem o sentido rítmico da criança.
SOM
A vida da criança se desenvolve em ambientes ricos em estímulos sonoros; não obstante, é necessário que ela seja sensibilizada para ouvi-los. O professor sensibiliza a criança para ouvir não apenas ao criar situações propícias, mas também quando aproveita todas as oportunidades sonoras que surgem, no dia-a-dia, para desenvolver a percepção auditiva de seus alunos.
As primeiras experiências sonoras da criança devem partir de estímulos que estejam bem próximos dela e chegar, pouco a pouco, àquelas que ainda não fazem parte de seu repertório:
sons corporais;
sons vocais;
sons da natureza;
sons de brinquedos;
sons de materiais diversos;
sons de instrumentos musicais.
A MÚSICA E AS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Aproximadamente 2 anos - a criança consegue reproduzir canções com versos incompletos, geralmente fora de tom. A reação rítmica é bem acentuada.
Mais ou menos aos 3 e 4 anos - a criança reproduz várias melodias pequenas e simples, reconhecendo algumas delas. Os instrumentos rítmicos a interessam. O controle da voz se torna cada vez mais perfeito e a linguagem vai se completando. Nessa idade, a criança aprecia dramatizar as canções. Participa com agrado dos jogos cantados e memoriza numerosos cânticos.
Ao longo dos 5 e 6 anos - a coordenação dos movimentos de mãos e pés com a música costuma ser feita de forma sincrônica. Na dança, a criança passa a revelar equilíbrio rítmico, o que influi na precisão dos movimentos. Com sua curiosidade intensa, experimenta com prazer todos os instrumentos da Banda Rítmica.
As vivências rítmicas e musicais, que possibilitam uma participação ativa quanto a ver, ouvir e tocar também favorecem o desenvolvimento dos sentidos da criança. Através do aperfeiçoamento da acuidade auditiva a criança não só ouve como passa a separar melhor os diversos tipos de som. Ao acompanhar os gestos do professor ou dos coleguinhas na regência musical, a visão está sendo utilizada com maior intensidade.
Ao participar da bandinha rítmica, a criança passa a identificar as diferenças e semelhanças entre sons, instrumentos e grupos rítmicos, exercitando a sua compreensão e o seu raciocínio. Ao imitar o canto dos pássaros, as vozes dos animais ou outros sons existentes na natureza, a criança descobre seus próprios poderes e a sua relação com o ambiente em que vive. Já o vocabulário musical, que requer a pronúncia correta das letras da canção, ou a conversa sobre os conteúdos das cantigas de roda, propiciam o desenvolvimento da linguagem oral.
Verifica-se que, a partir das experiências musicais, o pensamento da criança vai se organizando. E, quanto mais ela tem oportunidade de comparar as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua inteligência, o seu conhecimento vai se desenvolvendo.
PSICOMOTRICIDADE INCIDÊNCIA SOBRE A ESCOLARIDADE
Para a maioria das crianças que passam por dificuldades de escolaridade, a causa do problema não está no nível da classe a que chegaram, mas bem antes, no nível das bases. Os elementos básicos ou "pré-requisitos", condições mínimas para uma boa aprendizagem, constituem a estrutura da educação psicomotora.
Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos. Vemos que é atrasada quando se despe, que as habilidades manuais lhe são difíceis. Na escola a caligrafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: o gesto vem após a leitura, a criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio da palavra.
Uma criança cuja lateralidade não está bem definida encontra problema de ordem espacial, não percebe diferença entre seu lado dominante e o outro lado, não distingue a diferença entre a esquerda e a direita, é incapaz de seguir a direção gráfica (leitura começando pela esquerda). Igualmente não consegue reconhecer a ordem em um quadro.
Como, nessas condições, poderia reconhecer um quadro com dupla entrada e colocar corretamente um título ou a data em seu caderno?
Diante de problemas espaciais uma criança não é capaz de distinguir um "b" de um "d", um "p" de um "q", 12 de 21", caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não distingue bem o alto e o baixo, confunde o "b" e o "p", o "n" e o "u".
Os problemas com à orientação temporal e a orientação espacial, como, por exemplo, com a noção do "antes-depois", acarretam principalmente confusão na ordenação de elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldades em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a análise gramatical um quebra-cabeça para ela.
Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve Ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de "fileira", de "coluna"; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas.
Será preciso mais para compreender que a psicomotricidade pesa consideravelmente sobre o rendimento escolar?
O professor que analisa os erros de seus alunos geralmente descobrirá a causa nas lacunas precipitadas e nas perturbações
psicomotoras.
CONHECER O NOME DAS PARTES DO CORPO
Em uma primeira etapa a criança apontará as diversas partes do corpo designadas pelo educador e em seguida deverá dizer os nomes.
Idade: de Zero a 04 anos
Partes do Corpo: cabelos, mãos, pés, boca, orelhas, olhos, nariz, costas, ventre, joelhos e dentes
Idade: de 04 a 05 anos
Partes do Corpo: calcanhares, bochechas, testa, queixo, pescoço, polegares, unhas, lábios e ombros
Idade: de 05 a 07 anos
Partes do Corpo: cotovelos, cílios, punhos, sobrancelhas, narinas, panturrilhas, pálpebras, tornozelos e quadril
CUIDADOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DE AULAS
Ao preparar o plano de aula deve-se ter em mente o seguinte:
- que os brinquedos cantados precisam estar de acordo com o desenvolvimento físico e mental das crianças;
- que é preciso partir do mais simples para o mais complexo;
- que o interesse deve ser mantido, utilizando brinquedos reconhecidamente atraentes;
A melhor maneira de se ensinar um brinquedo cantado consiste em decompô-lo em seus elementos constitutivos, ensinando cada parte antes de executá-lo como um todo.
Três são os elementos constitutivos:
a) letra
b) melodia
c) movimentação
Ensino da letra
Deve-se ensinar a letra com clareza, comentando o seu conteúdo. Se houver alguma palavra de difícil compreensão para a classe, é preciso explicá-la primeiro.
Ensino da melodia
Fazer a classe ouvir, algumas vezes, a nova melodia, cantada pelo professor ou por outro meio. Em seguida, pedir a classe que murmure a meia voz, quando isso for conseguido, juntar-lhe a letra.
Iniciar o canto com suavidade, sem gritar, de maneira expressiva, com entusiasmo e alegria.
Ensino da movimentação
Depois de aprendidas a letra e a melodia, há aspectos da movimentação, quanto a formação e formas de locomoção.
Globalização
Conhecidas a letra, a melodia e a movimentação, necessário se torna unificá-las, para uma realização total, globalizada.
A LINGUAGEM DOS INSTRUMENTOS
As atividades com instrumentos musicais objetivam o desenvolvimento rítmico, além de favorecerem outros aspectos importantes da aprendizagem. Quando toca um instrumento, a criança estabelece uma relação que envolve tanto a percepção auditiva e rítmica quanto a expressão de sentimentos e fantasias.
O instrumento musical permite a expressão da música latente que existe em todos nós. A criança sente a música e, por meio do instrumento, tem oportunidade de demonstrar sua emoção. O contato com os instrumentos musicais da bandinha rítmica favorece a observação de padrões de comportamento, de auto-disciplina e das relações sociais e auxilia o desenvolvimento da coordenação viso-motora e rítmica.A criança deve ter oportunidade de trabalhar com diversas formas de instrumentos musicais, desde os mais complexos e raros, até os confeccionados com sucata. Através deste conhecimento ela poderá adquirir interesse pela música e posteriormente procurar um aprofundamento em algum instrumento com o qual tenha maior afinidade.Quando a criança tem oportunidade de descobrir os instrumentos musicais já na pré-escola, sua aprendizagem de música é bastante beneficiada.
O PRIMEIRO CONTATO COM OS INSTRUMENTOS
Incentive a criança a explorar, de maneira livre e expontânea, os instrumentos musicais disponíveis na escola. Procure estabelecer uma prazerosa relação neste momento, proponha atividades interessantes e não cansativas.Após a exploração de todo instrumental, inicie um trabalho mais específico com cada instrumento:
- Peça que cada criança manipule um instrumento de cada vez, garantindo que todas as crianças observem todos os instrumentos. - Peça que sintam a forma, o peso, a cor, a textura e o odor de cada instrumento.
- Converse com as crianças, procurando conhecer suas impressões sobre os instrumentos. Peça que descrevam os instrumentos, apontando duas características (se é leve, se é redondo, se é de madeira etc).
- Descubra junto com a criança as diversas formas de produzir sons com o mesmo instrumento: batendo no chão, na parede, chocoalhando-o, batendo com varetas etc.
- Demonstre a forma usual de se tocar cada instrumento. Proponha que as crianças cantem uma canção bem conhecida, acompanhando o canto com sons dos instrumentos.
O TRABALHO COM A BANDINHA RÍTMICA
Com crianças da educação infantil convém enfatizar a liberação do instinto rítmico, principalmente por meio da expressão corporal de uma forma criativa e espontânea, e da utilização de exercícios rítmicos, com acompanhamento do ritmo de canções.“Os instrumentos musicais de percussão podem ser considerados como extensões dos instrumentos naturais de percussão - mãos, pés, dedos.” Os exercícios rítmicos imitativos e criativos constituem eficientes atividades de iniciação à música com bandinha rítmica.
As atividades das crianças poderão ser:
- Movimentar-se ao som do tambor: andar, correr, pular, bater palmas, estalar dedos, balançar braços e assim por diante.
- Marchar ao som do tambor e bater palmas ao som do coquinho.
- Criar exercícios para o grupo imitar.
- Movimentar-se livremente, ouvindo sons do instrumento escolhido pelo grupo.
- Cantar qualquer melodia conhecida, acompanhando com um exercício criado individualmente.
- Fazer eco rítmico: criar combinações rítmicas, utilizando assobios, palmas e objetos como lápis, para serem repetidas pelo grupo.
- Fazer um diálogo musical: a criança recebe um instrumento e estabelece um diálogo de sons com um colega. Poderá demonstrar alegria, tristeza, raiva, medo e assim por diante.
- Imitar animais através do ritmo: cavalo, tartaruga, borboleta etc.
- Tocar um instrumento ou cantar com acompanhamento de palmas, variando as qualidades do som: duração, intensidade e altura.
HISTÓRIA SONORA
Era um lindo domingo de sol e Joãozinho acordou com o canto dos passarinhos ( * ). Antes de levantar-se, olhou para o relógio e ficou ouvindo o seu tique-taque ( * ). De repente, os sinos da igreja começaram a tocar( * ) e Joãozinho saiu rapidamente da cama( * ). Depois de escovar os dentes( * ) e se vestir( * ), foi para a cozinha tomar café( * ). Em seguida caminhou( * ) até a oficina do papai, que terminava de construir um caminhãozinho de madeira para ele. Ficou muito alegre em poder ajudá-lo. Começou, então, a martelar( * ), serrar( * ) e lixar( * ). O brinquedo já estava quase pronto quando papai chegou com uma surpresa: uma buzina. Cuidadosamente ela foi instalada, e Joãozinho pôs a buzinar( * ) e imaginar o quanto seus amigos iriam gostar da novidade!
BIBLIOGRAFIA
CAMANHO, S., Brinque-Book, Canta e Dança, editora Brinque-Book.
FARIAS, A. R. de, O Pensamento e a linguagem da Criança Segundo Piaget, editora Ática.
FERREIRA, I. L. & CALDAS, S. P. S., Atividades na Pré- Escola, editora Saraiva.
FREIRE, J. B., Educação de Corpo Inteiro, editoras Summus e Scipione.
MEUR, de A. & STAES, L., Psicomotricidade, Educação e Reeducação, editora Manole.
MOURA, I. C. de & BOSCARDIN, M. T. T. & ZAGONEL, B., Musicalizando Crianças: Teoria e prática da educação
musical, editora Ática.
PALLARES, M. Z., Atividades Ritmicas para o Pré-Escolar, editora Redacta-Prodil.
OLIVEIRA, G. C., Psicomotricidade, Educação e Reeducação um Enfoque Psicopedagógico, editora vozes.
ROSA, N. S. S., Educação Musical para a Pré-Escola, editora Ática.
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