Seguidores

24 de set. de 2013

PIP 2013 - ESTUDO DE CASO - INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

PIP - ANÁLISE DE PRODUÇÃO ESCRITA E INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA


O TRABALHO COM ORTOGRAFIA NA ESCOLA   REUNIÃO DE MÓDULO  II

OFICINA
OBJETIVOS:
* 1-1 Analisar e discutir questões pedagógicas inerentes ao processo de Alfabetização e letramento dos alunos;
* 1-2 Aprofundar conhecimentos sobre as diretrizes didático-pedagógicas para trabalhar com os alunos da alfabetização.


Como ensinar ortografia

Para que os alunos escrevam dentro da variedade padrão é essencial conhecer as regularidades e irregularidades da língua e saber como aplicá-las

Foto: Pedro Motta




>
Desde que o aluno recém-alfabetizado percebe que um mesmo som pode ser grafado com diferentes letras, ele passa a encarar dúvidas de ortografia. No livro La Calidad de las Escrituras Infantiles, as autoras Ana María Kaufman e María Elena Rodríguez explicam que isso se dá porque poucas letras cumprem o princípio alfabético de relacionar uma unidade sonora (um fonema) a apenas uma letra escrita (grafema).



Isso acontece porque a escrita é um sistema de representação construído historicamente e não um código. Se fosse um código de transcrição exato não existiriam grafias diferentes para sons iguais como ocorre com o fonema /s/ nas palavras "sapo", "assar", "cebola", "paçoca" e "auxílio".

Essas características da língua deixam de ser um problema para o estudante que consegue enxergar a ortografia atrelada às práticas sociais de linguagem, à leitura e à produção de textos. "Quanto mais oportunidades as crianças tiverem de escrever textos, maiores possibilidades terão de conquistar, pouco a pouco, o conhecimento da ortografia", defende Celia Díaz Argüero no livroAprender y Enseñar la Lengua Escrita en el Aula. E compreender as convenções ortográficas ajuda, e muito, já que elas unificam a maneira de escrever e facilitam a comunicação.
Continue lendo

Como ensinar ortografia

Para que os alunos escrevam dentro da variedade padrão é essencial conhecer as regularidades e irregularidades da língua e saber como aplicá-las

Regularidades e irregularidades ortográficas

Artur Gomes de Morais, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e um dos maiores especialistas do Brasil na área, explica no livro Ortografia: Ensinar e Aprender como é feita a organização das regras ortográficas na língua portuguesa. De acordo com ele, existem palavras que mostram a relação entre letra e som de maneira irregular. A forma de redigi-las é definida na maior parte das vezes pela origem e deve ser memorizada. Já as relações regulares podem ser compreendidas e são divididas em três tipos:

Regulares Diretas Incluem as grafias de P e B, T e D, F e V. Apesar de expressarem um único som, esses pares de letras são pronunciados de forma muito parecida, confundindo as crianças recém-alfabetizadas.

- Regulares Contextuais Aqui o uso de uma letra ou outra para um determinado som vai ser definido em relação à posição em que esta letra se encontra dentro da palavra. Nestes casos, é preciso avaliar o contexto em que a letra será utilizada - se no começo, no meio, no final da palavra, entre vogais, antes ou depois de determinadas consoantes, etc. - para definir sua grafia. Isso ocorre, por exemplo, no uso de C ou QU com som /k/ em palavras como "cavalo" e "quiabo".

- Regulares Morfológico-gramaticais São as correspondências determinadas por aspectos gramaticais na formação de palavras por derivação e na flexão de verbos. Entre os exemplos, estão os adjetivos que indicam lugar de origem, como "francesa" e "portuguesa", grafados com S (com som de Z). Também ocorrem com os verbos no infinitivo, que terminam com R (embora esse R não seja pronunciado em muitas regiões), ou na flexão da terceira pessoa do plural (em palavras como "fornecerão" e "forneceram").
Confira a descrição mais detalhada de cada regularidade por Artur Gomes de Morais.
Continue lendo
ASSISTINDO VÍDEOS: Nº 13 - POR QUE ENSINAR ORTOGRAFIA?



VÍDEO 14 - PARA QUE APRENDER ORTOGRAFIA?

Como ensinar ortografia

Para que os alunos escrevam dentro da variedade padrão é essencial conhecer as regularidades e irregularidades da língua e saber como aplicá-las

Foto: Pedro Motta
TRABALHO EM DUPLAS Para decidir onde colocar cada palavra, as crianças pensam sobre suas características
Foto: Pedro Motta
DEBATE COM A TURMA Discutindo sobre a escrita, os alunos construíram uma tabela coletiva
O ensino da ortografia tem sido marcado por dois extremos, ambos inadequados. De um lado, estão os professores que consideram que as regularidades e irregularidades devem simplesmente ser decoradas e, portanto, treinam seus alunos por meio de exercícios mecânicos de memorização de regras e de cópias dos termos. No outro polo, estão os profissionais que adotam a mera exposição dos alunos a textos diversos. Eles acreditam que o contato a longo prazo se incumbe de mostrar a grafia-padrão.

As pesquisas mais recentes indicam, no entanto, que grande parte da ortografia, mesmo sendo regida por regras, pode ser compreendida por meio de exercícios de reflexão - o que é muito diferente de apenas copiar e repetir (leia a sequência didática).

O ponto de partida no trabalho com o tema será sempre um diagnóstico para identificar o que a turma já sabe e quais erros ortográficos são mais frequentes. Foi o que fez Elaine de Paula, professora do 3º ano da EM Agnes Pereira Machado, em Catas Altas, a 142 quilômetros de Belo Horizonte. No início do ano, ela realizou um ditado de nomes de animais para identificar as dificuldades da turma. "Havia muitas dúvidas, mas resolvi focar o trabalho no uso da letra R porque a maioria errava nesses casos", lembra.
Em seguida, ela preparou exercícios, começando com a classificação de palavras. "Desenhei uma tabela e pedi que eles relacionassem palavras de uma lista extensa com alguns itens: quando o R aparecia no início da palavra, entre vogais ou entre vogal e consoante, por exemplo, de acordo com as semelhanças", conta. Em duplas, fizeram a tarefa e, em seguida, compartilharam seus resultados com o restante da turma. Após a análise do trabalho, elas criaram regras para explicar as grafias e as discutiram. As conclusões foram várias: "Tem palavra que começa com um R, mas o som é de RR forte", "Não começamos nem terminamos palavras com RR" e "Um R entre vogais é fraco, a língua treme". A professora então redigiu no quadro essas frases e combinou que elas poderiam ser consultadas quando necessário.

Para levar à reflexão sobre os equívocos mais comuns, a professora Elaine seguiu uma das orientações do livro de Morais, propondo a classificação de palavras com grafias semelhantes e a produção de regras nas atividades com palavras organizadas em listas (isso é, não retiradas de textos). O autor sugere também outras duas maneiras de colocar à prova o que foi aprendido: atividades de reflexão sobre termos presentes em textos (como a releitura com foco em um aspecto e a reescrita com transgressão das regras aprendidas) e revisão de textos feitos pelos próprios alunos.

Essas reflexões vão ajudar os estudantes na compreensão dos casos regulares. Para se apropriar dos irregulares, porém, será necessário memorizar ou consultar um dicionário. Nesse momento, priorize as palavras de uso frequente, já que não faz sentido pedir que eles decorem a grafia de termos como "obsessão" e "ascensorista" só porque são típicos da complexidade da língua. O objetivo é que a turma se torne cada vez mais capaz de dominar as questões ortográficas que enfrentam em suas produções escritas.

Reportagem sugerida por 2 leitoras: Edna Cristina Oliveira Lima, Miguel Calmon, BA, e Mariana Demetrio dos Santos, Ilhéus, BA
Quer saber mais?
CONTATO 
EM Agnes Pereira Machado, tel. (31) 3832-7104 












VÍDEO 15- ATIVIDADES PARA TRABALHO COM ORTOGRAFIA.

http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=12326


TRABALHO EM EQUIPE

DESENVOLVIMENTO:
MATERIAL 1 - TEXTO DO ALUNO DO 3º ANO.
era um lirdodia de sol.
Maria Loisa e sua a miga
estava comversandobrincando na prasa
e tomando sorvetes.
Lucas e Kaike estavão brincando e tomando picolé.
estava chegando a manhã es forão para casa dormir. fim.



TEXTO 2- ANÁLISE DOS ERROS ORTOGRÁFICOS DOS TEXTOS DE LUIS CARLOS CAGLIARI

A produção de textos X "erros" ortográficos

A PRODUÇÃO DE TEXTOS X “ERROS” ORTOGRÁFICOS
A ortografia das palavras não pode ser o critério principal para avaliar se uma criança está ou não alfabetizada, mas sim sua capacidade de entender e de produzir discursos, utilizando-se da língua escrita.
O que significa esta capacidade de entender e produzir discurso em língua escrita?
Pela analise das situações que se seguem, você vai compreender esta colocação.
Observe, com atenção, os dois textos retirados de trabalhos de alunos de 1ª. Série.

Texto 1
O casamento do pato
“O gato toumou Baiu no lago do pato.
O pato jogou Bola na caBeSa do gato o gato coreu atrás do pato
O pato viu uma pata ele ficou apaCHonado i daso na discoteca com a pata é casaro”

Texto 2
“Eusto apachonado ai eu vi
uma menina quechãomava
luciana ai euapachonei
poréla aí euvi é la daí
élaqueria cazacomigo
aiquadoeu fiquei grade ai
eu cazeicoéla daí eu covidei
todomudo aeles comemuto
debolo chapãonha cóca
fáta quarana bolo

Vamos analisar os “erros” ortográficos que aparecem nos textos apresentados:
- acréscimos de letras- “toumou”;
- dificuldade no uso das letras maiúsculas: “caBeSa”, apaCHonado”
- início de frase com letra minúscula;
- supressão de letras; “casaro”, “covidei”, “apaCHonado”
- dificuldade de segmentação das palavras: “Eusto”, “euvi” “eucazeicoéla”
- Emprego de letras “rivais”: ‘caBeSa””caza”, apaCHonei”

Analisando os dois textos acima, em sua opinião as crianças que os escreveram aprenderam o que é escrever? Por quê?

Texto 3
“Dada dá na macaca.
A macaca da mata é má.
O dado é da Dada.
Nana dá na macaca.
A pata nada.
Esta casa é da Zazá.”

O que você pode constatar ao analisar o texto três?
- não existe erro ortográfico;
- o texto é construído com palavras que, provavelmente, já foram “treinadas” pela professora.;
- o texto é construído de frases padronizadas das que normalmente aparecem nas cartilhas;
- as frases não se ligam entre si, não coerência nem coesão entre o todo. Este fica destituído de significado.
- Se você tivesse que avaliar estas crianças, como você as avaliaria?
Você consideraria todas alfabetizadas?


A aprendizagem da escrita ortográfica, pela criança, dar-se-á gradativamente. Portanto, o seu uso, bem como o uso dos demais símbolos gráficos não pode e não deve ser o critério principal para a aprovação ou reprovação de uma criança na 1ª. Série.


CATEGORIAS DOS ERROS ORTOGRÁFICOS COM BASE NA LINGÜÍSTICA.

Luiz Carlos Cagliari, no seu livro “Alfabetização e Lingüística” analisa os erros ortográficos cometidos pelas crianças, em textos espontâneos. Ele fundamenta essa analise no sentido de que os erros cometidos pelas crianças não são aleatoriamente. Elas erram para se apegar às regras do sistema de escrita do português ou pela realidade fônica ao estabelecerem uma relação/ hipótese entre a letra e o som.
Por exemplo: um aluno escreve elalevãotou (ela levantou) que é um modo de escrever não-ortográfico. Embora pareça estranho, a criança buscou a semelhança da língua escrita à falada.
As crianças têm grande preocupação com a tarefa de aprender a escrever e põem nisso um grande trabalho de reflexão.
O professor, levando em conta esse aspecto, pode propiciar um trabalho estimulador para a criança, de forma que elas tomem consciência da sua aprendizagem e evitando atividades mecânicas e repetitivas.
Cagliari agrupa, em diversas categorias, esses erros ortográficos, em textos espontâneos. Vejam os mais comuns:



1. 1- Transcrição fonética. È interessante notar que esta categoria apresenta o maior número de casos, representando um quarto do total das amostras que tenho estudado, pois o erro mais comum dos alunos é caracterizado por uma transcrição fonética da própria fala.O aluno escreve uma vogal ao em vez de duas, porque usa em sua pronuncia um monotongo; por exemplo: mato (matou) ,  pergunto (perguntou). Em alguns textos ocorreram usos indevidos de letras ex: susego (sossego) dici (disse) caro (carro) licho (lixo) - comeco (começo)
dineiro (dinheiro) etc...
*O aluno escreve i em vez de e, porque fala [i] e não [e]; por exemplo:
dici (disse) qui (que) Tristi (triste)
*Escreve u em vez de o, pois fala [u] e não [o]; por exemplo:
Tudu (tudo) curraiva (com raiva).
*Duas vogais em vez de uma, por usar na sua pronuncia um ditongo; por exemplo:
rapaiz (rapaz) feiz (fez).
*Escreve uma vogal em vez de duas, porque usa na sua pronúncia um monotongo; por exemplo:
mato (matou) pergunto (perguntou).
*Não escreve o r, por não haver som correspondente na sua fala; por exemplo:
mulhe (mulher) lava (lavar)
* Não escreve o r, pois pronuncia a vogal que o antecede de forma mais longa, englobando o som do r, por exemplo: poque (porque).
*Escreve r, em vez de l, pois faz essa troca quando fala; por exemplo:
praneta (planeta).
*Não escreve s, por haver som correspondente na sua fala; por exemplo:
vamu (vamos)
*Escreve u em lugar do l; por exemplo:
sou (sol) saúva (salvar).
Escreve li em vez de lhj, por dizer [li] e não [l]; por exemplo;
Almadilha (armadilha), Coeli (coelho).
*Transcreve sua pronuncia da juntura intervocabular; por exemplo:
“vaibora” (“vai embora”) ,aísima (aí em cima)
*Usa somente a vogal para indicar o som nasalizado, suprimindo a consoante m e n, que não pronuncia; por exemplo: curraiva (com raiva), ode (onde)
*Pela razão anterior não usam o til; por exemplo:
Eitau (então) vocao (vulcão)


2. Uso indevido de letras. O aluno escolhe uma letra possível para representar  um som de uma palavra quando a ortografia usa  outra letra; por exemplo: o som [s] pode ser representado por s (sapo), por  (luz), por ss(disse), por ç (caça), etc.
Quando o aluno em vez de escrever disse com ss escreve com um só, faz um uso indevido de letra. Porém, esse uso e sempre possível dentro do sistema, ocorrendo em muitas palavras.
Nos textos das crianças, de modo geral, esses usos indevidos ocorrem de preferência para certas letras; por exemplo:
Susego (sussego) dici (disse) caro (carro) licho (lixo) começo (começo) cei (sei) traz (trás) aseito (aceito) falis (feliz) xata (chato) coando (quando) em (em) brincamdo (Brincando) ggete (foguete) dineiro (dinheiro) lhomem (homem)
Não consideramos troca de vogais como uso indevido, porque quase sempre representam transcrições fonéticas.

3.  Hipercorreção. Esta é muito comum quando o aluno já conhece a forma ortográfica de determinadas palavras e sabe que a pronuncia  destas é diferente. O aluno generaliza uma forma de escrever determinadas palavras, quando já conhece a forma ortográfica e sabe que a pronúncia é diferente; exemplo: Lopes (nome) escreve com  e  e pronuncia  i  e lapes em vez de lápis que termina com  i  no final.
. Passa a generalizar esta forma de escrever; por exemplo, como muitas palavras que terminam em e são pronunciadas com i, todas as palavras com o som de i no final são escritas com a letra e.
Confira por exemplo, a escrita Lopes (nome) e a escrita lapes, de algumas crianças em vez de lápis.
Observando os textos dos alunos encontramos, por exemplo: dece (disse) jogol (jogou) conseguio (conseguiu) sooto (soltou) almadilha (armadilha) (conferiu com a pronúncia [Kraru] para claro.


4. Modificação da  estrutura segmental das palavras. O aluno comete erros de troca, supressão, acréscimo, inversão de letras;    
 a- Trocas de letras: voi (foi), bida (vida) save (sabe) anigo(amigo)                                                      
   b- Supressão e acréscimo de letras: macao (macaco), sosato (susto)
MODIFICAÇÃO DA ESTRUTURA SEGMENTAL DAS PALVRASAlguns erros ortográficos não refletem uma transcrição fonética, nem de fato se relacionam diretamente com a fala. São erros de troca supressão, acréscimo e inversão de letras. Não têm apoio nas possibilidades de uso das letras no sistema de escrita e representam, às vezes, maneiras de escrever de que o aluno lança mão porque ainda não domina bem o uso de certas letras, como a distribuição de m e n, v e f, nas palavras. Normalmente a escola, considera esses erros graves indícios de falta de discriminação auditiva (o que é falso), quando deveria entender que a criança faz uma aproximação muito grande da letra certa, não escolhendo uma letra que nada tem a haver com o som que quer representar; por exemplo:
Troca de letra voi (foi) bida (vida) save (sabe)anigo (amigo)
Supressão e acréscimo de letras: macao (macaco) sosato (susto).


5.Juntura inter vocabular e segmentação. Quando o aluno começa a escrever textos espontâneos, costuma juntar todas as palavras; 
eucazeicoéla” “(eu casei com ela)”.
"jalicotei" (Já  lhe contei)
"mimatou" ("me matou")
JUNTURA INTER VOCABULAR E SEGMENTAÇÃO
Essa juntura reflete os critérios que ela usa para analisar a fala. Na fala não existe a separação de palavras, a não ser quando marcada pela entonação do falante.
Ex. “eucazeiseoéla” (“eu casei com ela”) “jalicotei” (“já lhe contei”) “mimatou” (“me matou”).
Os grupos tonais do falante, ou conjuntos de sons ditos em determinadas alturas é um dos critérios que a criança utiliza para dividir a sua escrita.
Ás vezes, devido à acentuação Tonica das palavras, pode ocorrer uma segmentação indevida, ou seja, uma separação na escrita que ortograficamente esta incorreta; por exemplo:
a gora (agora), a fundou (afundou).


6- FORMA MORFÓLOGICA DIFERENTE: Alguns erros ortográficos acontecem porque, na veriedade dialetal que se usa, certas palavras têm características próprias que dificultam o conhecimento, a partir da fala, de sua forma ortográfica:
"adepois" (depois)
ni um (em um ou num)
pacia (passear)
tá (está).

7- FORMA ESTRANHA DE TRAÇAR AS LETRAS
A escrita cursiva apresenta grandes dificuldades, não só para quem escreve como para quem lê. Às vezes consideramos que existe uma troca de letra numa palavra, mas na verdade estamos fazendo uma má interpretação do que foi escrito. É o caso do aluno que escreve sabe de tal modo que quem lê vê escrito save.


8. Uso indevido de letras maiúsculas e minúsculas. Aprendendo que devem escrever o nome próprio com letras maiúsculas, alguns alunos passam a escrever  os pronomes pessoais também com letras maiúsculas, exemplo: Eu. Normalmente as letras minúsculas são utilizadas.USO INDEVIDO DE LETRAS
É interessante percebermos que o trabalho realizado com letras maiúsculas e minúsculas está, também, muito ligado também às funções da escrita.


9. Acentos gráficos. Embora não sejam ensinados no início da aprendizagem da escrita alguns alunos, aprendem que certas palavras, de uso comum tem acento. Esses erros provêm da semelhança ortográfica entre formas com  e sem acento, como é o caso típico de se escrever com acento e  é  sem acento; exemplo: voce (você).
A marcação de acentos gráficos em geral, não é ensinada no início da aprendizagem da escrita e, portanto, esses sinais diacríticos estão em grande parte ausentes dos textos espontâneos. Alguns alunos aprendem que certas palavras, de uso muito comum, têm acento de forma espontânea. Alguns erros de uso de acento provêm da semelhança, ortográfica entre formas com e sem acento. O til também ocorre muito raramente. Vejamos alguns exemplos.
Vó (vou), você (você), não (não), leao (leão)


10- SINAIS DE PONTUAÇÃO: Estes sinais também não são ensinados logo no início e raramente ocorrem nos textos espontâneos. Às vezes, alguns alunos usam sinais como ponto ou travessão para isolar palavras: 
"Era. uma. vez." ou "Era-uma-vez-", fruto de ensinamentos obtidos em outras atividades que o aluno estende para os textos.

11- PROBLEMAS SINTÁTICOS: Alguns erros de escrita que aparecem nos textos revelam problemas de natureza sintática, isto é, de concordância, de regência, mas que na verdade denotam modos de falar diferentes do dialeto privilegiado pela ortografia. Aparecem construções estranhas que refletem estilos que só ocorrem no uso oral  da linguagem:
"eles viu outro urubu" (",eles viram outro urubu"),
dois coelio (dois coelhos).
     Podem aparecer construções estranhas que refletem estilos que só ocorrem no uso oral, como Muito feliz e susego, ou construçlões do tipo: "era uma vez um gato que um dia ele saiu de casa", apresentando uma topicalização que é encontrada na fala e não na escrita.
O erro ortográfico não pode ser a base de avaliação e o critério da aprovação ou reprovação dos alfabetizandos, . Entretanto, a escola tem como uma de suas tarefas, ensinar os educandos a fazer uso linguagem escrita de maneira competente, é isto também implica em ensinar a criança escrever convencionalmente.

AVALIAÇÃO DOS “ERROS” ORTOGRÁFICOS SEGUNDO UMA ESCALA DE GRAVIDADE.
Miriam Lemle, em seu livro “Guia Teórico do Alfabetizador” classifica três tipos de falhas ortográficas pelos alunos, baseadas nas hipóteses sobre a relação som/letras.
Essa classificação estabelece um critério prático para avaliar os erros ortográficos, cometidos pelos alunos, em fase de alfabetização.
A avaliação dos erros auxilia o professor no diagnóstico e na identificação das hipóteses que o educando está fazendo com relação à apropriação da escrita.
As falhas, que a autora se refere, estão classificadas em três ordens, a saber:
Falhas de primeira ordem – Nesta fase, a escrita apresenta falhas na correspondência linear entre as sequências dos sons e as sequências das letras: repetições de letras (rrua em vez de rua), omissões de letras (csa em vez de casa), troca nas ordens das letras (carvo em vez de cravo), insegurança quanto ao traçado da letra (nala em vez de mala), incapacidade de classificar alguns traços distintivos de som (mado em vez de mato).


Falhas de segunda ordem – Os erros desta fase indicam que o aluno conhece os valores fonéticos centrais das letras, mas não se deu conta do fator contextual. Sua escrita é como uma transcrição fonética da fala. Por exemplo: mininu, em vez de menino; bodi em vez de bode; canpo em vez de campo; falão em vez de falam, etc.


Falhas de terceira ordem – Nesta fase os erros se limitam às trocas entre letras rivais. Por exemplo: acim em vez de assim; jirafa em vez de girafa; charope em vez de xarope; cazamento em vez de casamento.


O alfabetizador deve usar seus conhecimentos e bom senso para não exigir da criança aquilo que ainda está muito distante do seu nível de apropriação de conhecimento.
Para que a avaliação da ortografia seja significativa, o professor deve trabalhar com textos produzidos pelos próprios alunos e por eles mesmos avaliados e corrigidos sob a orientação do educador.

I-Leia, com atenção, os textos que se seguem e identifiquem os erros ortográficos, transcrevendo-os, conforme a classificação feita por Luiz Caros Cagliari.

Era uma vês uma casa qe Era muito pobri
Ai uma brucha jogou uma posão na casa
Uma semana depos a casa virou nu castelo
o castelo tia flores arvores a menina foi
a mulhe virou uma prisesa o omem virou um prisipi
ai a brucha disvirou o castelo na casa
ai eles cnorarão fim

DIA D 2014 SUGESTÕES

MENSAGEM: FALAR COM DEUS

MENSAGEM PARA REUNIÃO PEDAGÓGICA

FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR